♪ Crazy - Simple Plan

17 de julho de 2010

- Chega! - é a palavra que marca o fim do abandono do meu eu;
Liberdade, segurança, mudança, descoberta: são essas (agora) as palavras que definem o que sou;
Liberdade porque nenhum cárcere pode me impedir de fazer aquilo que me parece cabível e necessário.
Segurança porque eu sei o que eu quero e ponto. Não vou me abalar com as tentativas alheias de me fazer desistir do que eu quero.
Mudança, porque eu quis virar a mesa, fazer diferente o que por muitas vezes deixei passar ou não fiz como queria por tanto ouvir do outros aquele 'faz assim que é melhor'.
Descoberta porque agora eu sei que eu POSSO sim, tudo o que eu quiser; eu descobri que eu sou o que eu penso, o que eu falo, o que eu faço, o que eu quero falar e o que eu quero fazer mesmo que eu não o faça. 
Não, nenhum cárcere vai tirar de mim a minha liberdade; nenhuma prisão vai conseguir abalar a minha segurança; nada vai impedir a minha mudança; e ninguém vai me fazer esquecer que eu descobri o tamanho da minha força e o que há de bom em mim;
-  NÃO!  - será que ninguém sabe mais dizer outra coisa?
Para toda e qualquer pergunta que é feita: NÃO!
Eles parecem já ter esquecido que essa está longe a única (e a melhor) resposta pra tudo;
- Não pode!
- Não faça!
- Não ame!
- Não fale!
- Não ouse!
- Não viva!
- Não se mexa!
- Não respire!
- Não! Não! Não! E não!
Não para tudo; para todos; para a vida. É não; e sempre não.
Não há outra palavra?
Amiúde o não se torna sinônimo e prova da frieza, da falta de sentimento, da falta de compreensão, da arrogância. É como ser indiferente, ou fazer pouco caso;
 Não: uma palavra dura. Gélida. Só dizer não é derrotismo. Não é que se deva dizer sim para tudo; até porque só dizer sim é ‘desordenação’.
Mas o não sem motivo machuca, destrói..
E quem diz o não é quem deveria dizer : SIM, você pode, você consegue, você deve e você vai, fazer aquilo que acha plausível.
E agora chegou a hora de virar a mesa, assumir o jogo, porque eu também já não aguento mais dizer não pra mim;

-Socorro!   - É um grito sufocado, rouco, desesperado que parece vir de alguém que já não tem muito o que fazer... 
Um grito sem força, quase sem vontade e sem esperança de ser ouvido. Um pedido por uma ajuda que nunca chega e que está cada vez mais longe de chegar; O tempo passa, e com o passar do tempo, ele torna-se quase imperceptível; e parece cada vez mais distante, mais sufocado.. e, agora, está ainda mais silente que há poucos segundos..
Mas ainda posso escutá-lo; É agora um grito quase silencioso. 
Está perto e, ao mesmo tempo, tão longe; e vem de um alguem que não suporta mais ser ignorado, que precisa ser ouvido.. vem daqui de dentro; 
E eu, que ja estou tão distante de mim mesma, quase já nem sei quem sou, me sinto á beira da loucura, a ponto de ter um ataque de nervos e perdida em meus anseios por um mínimo de privacidade e de liberdade, já não encontro mais espaço pra mim;
Sufocada, invadida; assim é que eu tenho vivido; ja não suporto mais as mesmas brigas, com as mesmas pessoas e pelos mesmos motivos; já não suporto mais ter apenas o direito de permanecer calada; já não aguento mais ter que ficar presa dentro de mim.